Ontem o vi, na hora achei que
fosse coisa da minha imaginação- já que eu tinha passado pela rua dele e tinha
desejado que ele estivesse do lado de fora lavando o carro e parasse pra falar
comigo- , mas era realmente ele. Fiquei sem saber se ele falaria, se ainda
tínhamos aquela intimidade, aquele jeito de fingir que nada tinha acontecido, e
também fiquei feliz por ver que eu me comportei melhor que o esperado, as
sensações que ver ele me causou foram bem mais atenuadas que dá última vez que
nos vimos.
Na hora de atravessar a rua eu
tentei fingir que ainda não tinha o visto, e ao me ver ele deu aquele sorriso
tímido de sempre, e ficou todo certinho como sempre. Eu nunca suportei esse
jeito dele, mas foi gratificante ver
que ele ainda é dessa maneira, suspeito que dei até um suspiro de alívio. Ele
ainda continua o mesmo. Ainda apertamos a mão em vez de dar um grande
abraço - que aconteceram poucas vezes - daqueles digno do carinho que sabemos
que sentimos um pelo outro, ele ainda me chama pelo apelido que é só dele, e
ainda fica que sem saber muito como falar, e rir mesmo sem querer dar o braço a
torcer com o meu humor às vezes ácido.
Ele continua o mesmo.
Muitos iriam preferir que a pessoa
que você gosta lhe desse um grande abraço quando visse você, mas eu prefiro
assim, prefiro que ele seja assim comigo, é nesse jeito que aos olhos de muito
pode parecer distante que a gente se entende, essa é a melhor maneira de
mostrar que dentro dos limites, nada mudou.
Eu fico tão feliz por isso. Talvez ontem tenha sido a prova que nós podemos
conseguir continuar amigos pra sempre, e é disso que eu, ao menos por enquanto,
preciso, é disso que eu gosto.
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